Crédito: Ari Ferreira
"Ninguém vai tirar esse título da gente". Foi assim, com esta frase, que Paulo Henrique Ganso tranquilizou os companheiros santistas ainda no intervalo da final do Paulistão contra o Santo André. Naquele momento, a equipe perdia por 3 a 2 e tinha um jogador a menos em campo.
Ganso não se deixou abater. Mostrou que, apesar de ter apenas 20 anos, tem a personalidade de um veterano e foi quem mais teve posse de bola no jogo, ficando com ela nos pés por 2 minutos e 43 segundos. Chamou a responsabilidade no segundo tempo e segurou o jogo em um momento crítico, quando Peixe teve Roberto Brum expulso e ficou com dois a menos. O meia também foi o mais caçado em campo. Das 19 faltas sofridas pelo Santos, dez foram no camisa 17, sendo quatro nos últimos 15 minutos.
Mas o ápice foi quando pediu ao técnico Dorival Jr. para permanecer em campo quando seria substituido.
- Conversei com ele na lateral e ele estava sentindo. Mas era o único que estava segurando a bola e fazendo que o time respirasse. Ele pediu para não sair. Foi uma atitude de homem. É postura de um atleta que foi importantísssimo e resolveu para a gente - explicou o treinador.
Tamanha frieza do meia em um momento tão delicado jogou por terra um dos principais argumentos de seus críticos: a inexperiência. Idade de garoto e postura de veterano, estaria Paulo Henrique mais perto da Seleção Brasileira? Para os seus companheiros de clube não há dúvidas que sim.
- Isso mostra que ele é um craque. O craque a gente vê nesses momentos. É um garoto novo, tem muito futuro. Vai chegar na seleção, aliás, já deveria estar - declarou o ídolo santista Giovanni, que foi quem levou Ganso para a base do Santos.
- Esse moleque dispensa comentários. É um rapaz excelente, mostrou personalidade, então merece uma chance na seleção, sim - elogiou o volante Arouca.
Em meio as comemorações do 18º título paulista da hitória do Alvinegro praiano, Madson foi ainda mais empolgado
- O Ganso jogou muito, ficamos com dois a menos e ele jogou sozinho, tem de ir para a Copa! - pediu.
A atual situação contrasta com a vivida pelo mesmo Paulo Henrique há um ano atrás, quando o Peixe também chegou a decisão mas acabou perdendo o troféu para o rival Corinthians. Após a perda do título, Ganso e os outros garotos santistas ficaram com o estigma de "amarelões" e inexperientes.
Ao longo do campeonato, foram 11 gols e dez assistências. Como consequência do futebol bonito vieram a melhor campanha, melhor ataque e taça conquistada. Junto com os outros "Meninos da Vila", Ganso deu a volta por cima e conquistou seu espaço na história do Santos. Falta agora seu espaço na seleção.
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